Palavras proferidas por Graça Alves

Palavras proferidas por Graça Alves na breve evocação da visita do Papa João Paulo II à Madeira, junto da sua estátua, no adro da Sé na abertura das comemorações dos 500 anos da criação da Diocese do Funchal

O tempo também se mede por passos. Como a vida. Como os homens que se põem a caminho para traçar novos rumos na História da Humanidade. O tempo que vale realmente a pena faz-se da matéria do amor. A Igreja é feita da mesma essência.
Falo, portanto de amor. Falo de um Homem que marcou trilhos de Deus no chão e amansou os mares para os nossos barcos. Fomos com ele à procura de Deus e encontramo-nos aqui, neste lugar onde o mar abraça a terra e os montes se erguem para o céu.
E agradecemos. Porque há 25 anos um homem santo pisou este chão, sagrado há 500. quando se fez Diocese. Nesse tempo como agora, a ilha continua a ser peregrina. E vai. Cristo descansa entre nós. Mudam os timoneiros, mas a Barca é a mesma.
A minha voz de hoje é a voz desta diocese que, a caminho também, cruzou, um dia, os seus olhos com um Papa que, num momento fugaz mas eterno, cruzou o seu olhar com o desta terra guardando-a dentro de si. Fomos com ele à procura de nós. Vamos com ele à procura do futuro que começa agora, no momento exacto em que, neste lugar, aos pés da memória, pretendemos construir o novo tempo.
Temos o seu sorriso doce a abraçar os nossos medos. Temos a sua protecção para o que há-de vir. Temos a imagem de Maria estampada nas velas. É Ela, Senhora de Fátima ou do Monte, que ilumina as noites das nossas tempestades.
Agora beato, o Papa João Paulo II ensina-nos o valor da paz, da misericórdia, da possibilidade de construir pontes entre os povos, entre as religiões, entre os homens.
O tempo é de memória. O coração da ilha bate aqui. No centro da cidade. Na sede da diocese. Em nós.

Graça Alves

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