Semana do Consagrado 26 de Janeiro a 02 de Fevereiro 2014


1. O Consagrado é outro Cristo 
A maior riqueza da Igreja está na possibilidade que lhe foi confiada de fazer de cada pessoa outro Cristo por meio do Batismo. Esta é a transformação mais radical que o Sacramento opera e que pode ser assumida na vivência da fé eclesial. Os Consagrados são, na Igreja, aqueles que receberam a vocação de testemunhar com a totalidade da sua pessoa esta nova realidade, por meio de uma configuração perfeita com o Senhor Jesus Cristo, expressa na vivência dos conselhos evangélicos da pobreza, da castidade e da obediência. Assumem uma forma específica de viver, transformados por Cristo, caraterizada pela radicalidade do seu estilo de vida. Esse é o contributo que a Igreja lhes pede e de que o mundo precisa como auxílio para vislumbrar o rosto de Deus. Há uma parte da missão da Igreja que não pode ter a expressão adequada sem a ação destes homens e mulheres totalmente imbuídos de Cristo, transformados por Cristo, rosto de Cristo.

2. O Consagrado encarna a alegria do Evangelho
A vocação de consagração é fruto da descoberta do significado mais profundo da alegria do Evangelho. Não se baseia nas alegrias ou satisfações do mundo, mas fundamenta-se em Deus, no Evangelho de Jesus Cristo, que é anuncio de salvação para os pobres e pecadores, já sobre esta terra, mas sempre a apontar para a alegria definitiva da comunhão com Ele, no Céu. Face a tantas insatisfações produzidas pela busca insaciável de alegrias fugazes, o Consagrado tem uma experiência de vida diferente a apresentar: o de uma alegria serena, discreta, sóbria, pacificadora. Esse testemunho tem tanto mais valor e capacidade de persuasão quanto mais é autêntico, vivido e sentido, quanto mais radica na comunhão com Cristo e com o Seu Evangelho. Neste sentido, podemos dizer que o Consagrado assume a vocação de ser, na Igreja, o Evangelho vivo da alegria, que seduz, irradia, transforma e conduz à conversão.

3. O Consagrado proclama a alegria do Evangelho 
Como toda a vocação cristã, a vocação de consagração inclui sempre as duas dimensões: viver e anunciar, ser discípulo e missionário. No respeito pela especificidade de cada um dos carismas fundadores, há um dinamismo comum a todos, que precisa de ser potenciado de forma adequada nas presentes circunstâncias da vida da Igreja. Os consagrados têm a especial missão de ocupar lugar ativo na “Igreja em saída” (cf. Evangelii gaudium 20), convocada pelo Papa Francisco para fazer a Evangelização do mundo. Homens e mulheres esperam esses momentos de graça, que serão de encontro com o Deus da vida e da alegria, mediados pelos que assumiram deixar-se transformar pela novidade do Evangelho.

4. Gratidão da Igreja 
Em nome da Igreja em Portugal agradecemos a todos os consagrados que, entre nós, têm sido um esplendoroso sinal do Deus que acolhe e ama todos os seus filhos, com especial predileção pelos mais pobres. Pedimos ao Senhor que confirme todos os consagrados na sua vocação e que os transforme na alegria do Evangelho. Suplicamos ainda o dom das vocações de consagração nas nossas dioceses e na Igreja, pois acreditamos que têm um lugar privilegiado na construção do Povo que se deixa transformar por Cristo e pela alegria do seu Evangelho. À solicitude materna de Nossa Senhora, pobre, casta e obediente, confiamos os frutos da Semana do Consagrado 2014, para a qual pedimos a sua intercessão junto de Deus.  
+ Virgílio do Nascimento Antunes 
Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios

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