D. ANTÓNIO CARRILHO MANIFESTA «GRANDE APREÇO» PELO PONTIFICADO DOS ÚLTIMOS ANOS


Bispo do Funchal destaca «clarividência e humildade» 

O Bispo do Funchal manifestou «grande apreço» pela pessoa e «obra do Papa Bento XVI», ao saber da notícia da «resignação» do Papa que, no dia de ontem, causou surpresas em todo o mundo, dentro e fora da Igreja Católica. Em declarações ao Jornal da Madeira, D. António Carrilho lembra «um Papa da escola do Concílio (Vaticano II), que ajudou a fazer e assumiu depois em termos de concretização, aberto à Igreja e ao mundo e, ao mesmo tempo, preocupado com aquilo que é o essencial da missão da Igreja e da proposta que ela tem que fazer na actualidade». Sobre a atitude do Papa, considera que Bento XVI teve «um gesto de grande clarividência e de humildade». As razões que apresentou para a sua resignação «mostram que tem a consciência de que lhe falta o vigor físico na idade que tem, mas também na debilidade que sente para prosseguir com tão grande responsabilidade», diz o Bispo do Funchal. D. António Carrilho entende que a actual situação deve ser acolhida com «normalidade, fé e oração», porque «o ministério do Papa tem que ser visto em termos de fé, serenidade e confiança. Penso qué é outra coisa que devemos manter nestas circunstâncias», acrescentou, revelando ainda «surpresa» pela notícia que foi divulgada ontem de manhã, durante um Consistório público para a promulgação de três novos santos da Igreja Católica. Nessa ocasião, dicursando em latim, o Papa transmitiu aos membros do colégio cardinalício a sua intenção de resignar ao cargo a partir do próximo dia 28, abrindo assim caminho para a eleição de um novo Papa. «Cheguei à conclusão de que as minhas forças, por causa da idade avançada, já não são adequadas para exercer de forma apropriada o ministério petrino», disse Bento XVI aos seus colaboradores. Eleito em Abril de 2005, sucedeu a João Paulo II, que beatificou em 2011. 

Bento XVI nomeou D. António para o Funchal

D. António Carrilho, recorde-se, foi nomeado pelo Papa Bento XVI em Março de 2007 para Bispo do Funchal; em Novembro desse mesmo ano encontrou-se em Roma com o Papa, no âmbito da “visita ad limina” de todos os bispos portugueses, com o objectivo de dar conhecimento da pastoral em curso nas dioceses do país. Outra visita deste género, que se realiza de cinco em cinco anos, estava prevista para o final do ano passado, mas tal não foi possível devido às muitas tarefas apostólicas do Santo Padre, com uma agenda sempre muito ocupada. D. António teve ainda ensejo de participar em encontros presididos pelo Papa, como o das Famílias, realizado no México, em 2008; e em todas as celebrações da visita de Bento XVI a Portugal, no ano de 2010. Refira-se ainda que a mais recente obra do Papa - Jesus de Nazaré (em três volumes) foi apresentada pela Diocese do Funchal em devido tempo, com o a presença de D. António Carrilho e a apresentação do cónego Vítor Gomes, em cerimónia pública, tendo registado o «grande apreço» pelo «profundo pensamento» de um dos maiores teólogos do nosso tempo, no contexto do II Concílio do Vaticano.

Vera Luza

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