HOMILIA DE D. ANTÓNIO CARRILHO, BISPO DO FUNCHAL,
na Solenidade do aniversário da Dedicação da Catedral
Sé do Funchal,
18 de Outubro de 2012
O dinamismo da fé, na alegria de anunciar Jesus Cristo!
Em plena caminhada para as celebrações jubilares da criação da Diocese do Funchal, celebramos, hoje, os 495 anos da Dedicação desta vetusta Catedral, mandada construir por D. Manuel I. Igreja-Mãe da Diocese, à qual estão unidas todas as paróquias e comunidades, é memorial das maravilhas de Deus e sinal visível de comunhão e unidade, ao longo de cinco séculos de vida cristã na Madeira e Porto Santo. E nós, pedras vivas deste templo espiritual, cantamos com alegria a nossa gratidão ao Senhor: “Grandes e admiráveis são as vossas obras, Senhor Deus Omnipotente” (Ap 15,3)!
Esta bela Catedral, cujas pedras seculares nos falam do encontro com Deus e com os homens, remonta, pois, ao tempo dos descobrimentos e foi dedicada a Nossa Senhora da Assunção. Toda ela evoca, não só a expansão territorial portuguesa e o encontro de culturas, mas, sobretudo, o ardor e o dinamismo missionário de um povo, que encarnando os valores do Evangelho, sentiu a urgência de comunicar a sua fé em Cristo aos outros povos.
Abertura diocesana do Ano da Fé
Em comunhão com o Santo Padre, tenho a alegria de anunciar à comunidade diocesana da Madeira e Porto Santo que, nesta mesma celebração, se procede, oficialmente, na nossa Diocese, à abertura do Ano da Fé, já efetuada solenemente em Roma, no âmbito da Igreja Universal, no passado dia 11 deste mês.
O Ano da Fé, por iniciativa e vontade expressa do Papa Bento XVI, pretende “dar um impulso renovado à missão de toda a Igreja”, evocando os 50 anos do início do Concílio Vaticano II e os 20 anos da promulgação do Catecismo da Igreja Católica; entretanto decorre, em Roma, o Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização. A Igreja, iluminada pelo Espírito Santo, é reenviada a evangelizar e a viver um renovado dinamismo missionário.
Segundo a mensagem Conciliar, à Igreja compete ser presença e proposta do Evangelho em todos os espaços da vida humana, sabendo estar perto, em especial de quem vive situações de “deserto”, de vazio existencial, falta de horizontes e sentido para a vida. Compete-lhe estar perto e abrir caminhos “para conduzir os homens para fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude” (Bento XVI, A Porta da Fé, 2).
Neste ano especial de graça, todos somos convidados a aprofundar a fé, que recebemos no Batismo, e a viver em consonância e coerência com esta mesma fé. Todos somos chamados à conversão e à santidade, à redescoberta de Cristo Ressuscitado, que caminha connosco e reparte o Pão da Palavra e da Eucaristia; chamados a ser Suas testemunhas credíveis e alegres.
Como nos recorda Bento XVI, a fé vivida abre o coração à Graça de Deus que liberta do pessimismo, mantendo viva a esperança. Hoje, mais do que nunca, evangelizar significa testemunhar uma vida nova, transformada por Deus, sinal luminoso do verdadeiro caminho e sentido da vida (cf. Homilia de Bento XVI, na abertura do Ano da Fé, Outubro 2012).
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